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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Santa inocência infantil

A "minha" esplanada costuma ser frequentada assiduamente por dois casais. As mulheres são irmãs; os homens nem por isso... Um dos casais tem uma miúda de 4 anos, muito gira, bochechuda, cabelinho encaracolado e língua destravada. Fala pelos cotovelos. Os primos dela são mais crescidos e menos palavrosos. O miúdo terá uns 14-15 anos e evidencia sinais de alguma doença mental; a catraia rondará os 7 ou 8 anos, espigadota e às vezes um bocadinho irritante, muito susceptível a birras sonoras.
O tema desse fim de tarde era a vontade dos garotos em ficarem juntos nessa noite. Os primos da pequenota tentavam convencer os tios a prescindirem da filhota até ao dia seguinte mas sem sucesso. A cada negativa dos tios os catraios avançavam com novos argumentos, esbarrando sempre num rotundo não.
Como se apercebeu  da incapacidade dos primos em convencerem os seus pais, a pequenina entrou em acção.
"Ó mãe, eles são irmãos e podem brincar os dois e eu não tenho irmãos, não tenho com quem brincar". A mãe dizia-lhe para ela se entreter com as bonecas, o que, obviamente, não a convenceu.
E voltou à carga:
"Ó mãe, eu quero uma irmã para brincar"..."Ó pai, eu gostava de uma irmã do meu tamanho"..."Ó mãe, por que é que eu não tenho irmãos?".
Os pais lá se esforçavam para explicar as razões, de um modo mais ou menos atabalhoado, porque ela é filha única.
Nenhum dos argumentos satisfez a pequenina dos caracolinhas.
Inesperadamente, a miudinha saiu-se com um pedido que deixou tudo e todos mudos e embaraçados:
"Ó tio, faz uma mana para mim"...

2 comentários:

  1. ahahahaha! Uma mana que seria meio prima ou uma prima que seria meio irmã? ;)) Muito bom!

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  2. Para ela tanto se lhe dava...a mãe e o tio é que não sei...:)))

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