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segunda-feira, 28 de março de 2011

Acabaram-se os piropos !


Vade retro! Nem quero ver...
A partir de agora não há piropos para ninguém. Desculpem as minhas amigas mas as palavras "querida" ou "gira" ou "bonequinha" foram banidos do léxico das nossas conversas, mensagens ou sinais de fumo. Finitto. Kaput. Se a Britney Spears passar por mim na rua com aqueles trajes em  que não se percebe muito bem se está meio vestida ou meio despida atiro-me para dentro do vidrão com a mesma determinação com que um faquir se lança sobre um colchão de pregos, não me vá sair da boca algum "ai...ai..." ao ver as curvas daquela "febra", ups, perdão, daquela senhora.
Tudo isto porque a britânica Vicky Simister fundou o Anti-Street Harassment UK (‘Grã-Bretanha contra o assédio nas ruas’, em tradução livre) depois de ter sido perseguida nas ruas de Londres por um grupo de homens que se insinuou sexualmente. Bem, se os meus camaradas homens passaram o limite da obscenidade estou de acordo com a iniciativa, mas se se limitaram a coroá-la como "good", "very good" ou "georgeous" (será que é?) penso que anda por aí uma pontinha (sem intuitos lascivos, juro) de exagero.
Mas há ainda radicais mais fundamentalistas como o grupo internacional Hollaback! que  está a incentivar as vítimas(?) dos piropos indesejados em todo o mundo a contar as suas histórias na internet e a identificar os locais onde ocorreram. Algumas chegam a publicar online fotos dos homens em questão. Eh lá! Só por um simples e inocente assobio ou um adjectivo qualificativo de uma "obra de arte", lá me fugiu de novo a boca para a verdade do dia-a-dia, sorry,  um tipo arrisca-se agora a levar com a sanha persecutória das senhoras ortodoxas alérgicas a um elogiozinho. 
Não, não, a mim não me apanham nas malhas dessas organizações anti-piropo. Vou andar com palas nos olhos, vista colada ao chão e sempre que uma "jeitosa", gaita, novamente a malfadada adjectivação, se aproximar passo para o passeio do lado de lá, voo para uma valeta ou, em desespero de causa, há sempre os esgotos para furtar aos sentidos à visão de uma "bomba", arghhh, cala-te boca !

Portanto, minhas amigas, não se admirem que as trate de modo bem diferente a partir de agora não vão as anti-piropos tecê-las ! 
Feliz da minha vizinha de cima que nunca teve estes problemas...Por que será? 


1 comentário:

  1. Em Espanha é vulgar (isto é, normal) homens e mulheres trocarem piropos educados. Lembro-me de um "bendita la madre que te parió", "Guapo/a"... A resposta, quase sempre, é dada sob a forma de um "gracias" ou do retorno de outro "piropo".
    Gosto!

    Abraço

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