Ontem faleceu Elizabeth Taylor e demitiu-se José Sócrates. Foi um dia de contrastes. Sensações fortes de sinal contrário. Um péssimo e um óptimo. Infeliz e felizmente.
A notícia da morte da actriz deixou-me triste, introspectivo, embrenhado em recordações, senti que um bocadinho de mim também a acompanhou para sempre; a saída do primeiro-ministro despoletou-me um clima eufórico, recalcado desde o 25 de Abril, agora respiro livre das grilhetas de uma governação mitómana imposta por alguém cada vez mais desfasado da realidade;
O Mundo chora a perda de uma grande senhora do cinema mundial; Portugal festeja o regresso da Liberdade após seis anos de (des)governação asfixiante, incapaz, ignóbil nos meios para atingir os fins.
Aos 10 anos, a estrela de cinema iniciou a sua carreira fulgurante; o "nosso" ex-PM nunca fez nada na vida.
Elizabeth é um dos ícones globais dos últimos 60 anos; os 6 anos de liderança do José foram uma página negra na História de Portugal.
A diva de Hollywood extasiou o planeta com o seu charme e a harmonia do seu trabalho; o migrante de Vilar de Maçada achincalhou, mentiu, manipulou e enganou sem pudor o povo português.
A "Cleópatra" encantou em milhões ecrãs de cinema, como no inesquecível "Quem tem medo de Virgínia Wolf?", ressuscitando a imperatriz do Egipto em todo o seu esplendor; o "animal feroz" enredou-se numa teia de confusões típicas do xico-esperto que sobe na vida à custa de jogos de bastidores, tráfico de influências e artimanhas políticas;
A bela vedeta de olhos cor de violeta apaixonou milhões de fãs rendidos à sua arte e fez sonhar ricos e pobres; o político produzido no Largo do Rato conduziu milhões de portugueses até ao limiar da miséria.
A vencedora de dois Oscar da Academia deixa-nos, aos 79 anos, com um sentimento misto de nostalgia e saudade; O socialista-mor abandona o cargo aliviando quem não suportava mais a sua histeria, incompetência e arrogância.
De Elizabeth Taylor serão recordadas as suas participações magistrais, além dos filmes atrás referidos, em "Um Lugar ao Sol", "Assim Caminha a Humanidade", "Os Farsantes", "A Megera Dourada" ou "Disque Butterfield 8". A actriz nascida em Londres foi uma generosa filantropa na causa da SIDA, especialmente após a morte do seu colega e grande amigo Rock Hudson, vítima daquela doença.
O legado de José Sócrates é bem diferente. O opressivo governante deixa a dúvida sobre a genuidade do seu diploma, o envolvimento em casos obscuros como a Cova da Beira, Freeport e Face Oculta, a promiscuidade entre a PT e o Tagus Park para controlar a Media Capital e silenciar a jornalista Manuela Moura Guedes e a rábula das escutas telefónicas com o seu "compagnon de route" Armando Vara silenciadas pelo Procurador-Geral da República e o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, enfim um longo rasto de capítulos sinistros de um tempo que felizmente chegou ao fim.
E foi assim que a bela (Elizabeth Taylor) e o monstro (José Sócrates) dividiram ontem os meus sentimentos.
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