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domingo, 1 de maio de 2011

AYRTON SENNA morreu há 17 anos !

Ayrton pensativo...como sempre

1º de Maio de 1994. Estava a trabalhar no Jornal. Sem ninguém da CGTP nem da UGT a berrar-me à porta para ir para casa ou a invectivar o meu patrão por nos estar a escravizar. Eu fazia o meu serviço por gosto. Como sempre. Era um Domingo calmo sem notícias sensacionais. Enquanto não chegava a "hora de ponta" do Jornal ia vendo com interesse o Grande Prémio de São Marino porque sempre apreciei a Fórmula 1. Sem que nada o fizesse prever vejo o Williams-Renault de Ayrton Senna sair muito largo de uma curva à sétima volta do Autódromo Enzo e Dino Ferrari e embater com grande violência no muro de protecção. Apesar do aparato de bocados de carro a voar em todas as direcções não me parecia estar perante uma tragédia. No entanto, à medida que os minutos passavam e o piloto brasileiro permanecia dentro do carro sem se mexer e, posteriormente, com a aterragem do helicóptero médico na pista comecei a pensar que a situação poderia ser bastante grave. Pelo sim pelo não, comecei a tomar medidas em relação a possíveis alterações na feitura do Jornal não fosse acontecer o pior. Aconteceu. Dei o alerta geral na Redacção quando foi noticiada a morte do grande piloto. Num ápice, uma calma e serena tarde de um Domingo de 1º de Maio transformou-se numa azáfama só possível num Jornal. Era preciso "dar tudo" sobre o falecimento de Ayrton Senna, a sua biografia, o currículo, fotos, reacções à sua morte. O Futebol foi relegado de imediato para segundo plano. A manchete e as primeiras páginas do Jornal eram dedicadas pelos piores motivos ao grande campeão do Mundo que falecera a exercer a sua profissão no Dia do Trabalhador. 
Eu conhecera Ayrton Senna precisamente dez anos antes quando ele conquistou a sua primeira vitória num Grande Prémio de Portugal, no Estoril, numa tarde diluviana. Não era uma pessoa com quem se simpatizasse à primeira vista ou às primeiras palavras. Não tinha a empatia de Emerson Fittipaldi, por exemplo, e estava longe de ser o típico brasileiro extrovertido que gera alegria em seu redor. Pelo contrário, era muito reservado, difícil de lhe arrancar uma palavra e mesmo o seu raro sorriso parecia emanar de uma profunda tristeza. Na pista, porém, era de uma coragem quase suicida e ficaram famosos os seus duelos, algumas vezes poucos cavalheirescos de parte a parte, com o francês Alan Prost.
Na sua curta carreira, Ayrton Senna correu na Toleman, Lotus, Mclaren e Williams, venceu 41 dos 162 GP's que disputou e sagrou-se campeão do Mundo em 1988, 1990 e 1991.
Faz hoje 17 anos que morreu umas das personagens mais carismáticas e controversas do Desporto mundial e não encontro uma linha sequer sobre o evento. A memória dos homens é curta; a minha não porque todos os 1º de Maio me recordo que fiz um dos exemplares do Jornal mais stressantes da minha carreira. Infelizmente!
O acidente fatal de Senna

5 comentários:

  1. Lembro-me bem desse dia! Via com o meu pai a Fórmula 1, era viciada naquilo, e grande fã do Ayrton Senna! Foi uma tarde de olhos no écran! Uma tristeza profunda!

    Mas é verdade que o homem tem memória curta. De facto, como nada se disse nos meios de comunicação acerca desta data? Parece-me bem injusto!

    Obrigada por partilhares e me avivares a memória!

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  2. Ainda bem que te avivei boas memórias. bjkx.

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  3. Eu, como a "gaja", sempre fui um cara tremendamente viciado na F1, infelizmente, até esse fatídico Domingo 1 Maio e ao GP seguinte ao do acidente, no Mónaco, em que tivemos os dois primeiros lugares da grelha de partida "vazios"... À partir daí nunca mais assisti a qualquer corrida da F1 aos Domingos. Ayrton foi no seu tempo, e continuará a ser para sempre, tal como outros, um grande ídolo para mim. A fatalidade do destino obriga-me a recordar para sempre essa data, pois, passou a ser o dia do feriado do 1º de Maio, dia do trabalhador, dia da morte de um dos melhores pilotos da F1 de todos os tempos, e também o dia de aniversário do meu pai, com quem assisti (ainda no Brasil) aos primeiros passos do Ayrton na Toleman, e que se fosse vivo, teria completado 78 anos de idade. Parabéns pelo excelente texto "trokatintas", e pela lembrança, muito bom! Um abraço, beijo pra "gaja".

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  4. nunca vai existir um corredor igual a airton senna no brasil

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  5. Mesmo sendo tao pequeninha
    sinto um carinho imenso por ele
    ele era intenso
    me passa isso nos olhos
    no andar no falar
    em cada curva
    Pena nunca ter tido o prazer de velo correr ao vivo...
    Ayrton Senna meu idolo

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