Fui sempre um apaixonado pelo "Plateau", aquela discoteca que começou como uma "caixinha" de madeira com o chão e as paredes cobertas de tábuas rústicas e foi evoluindo para outro tipo de decoração mais sofisticado e não sei se actualmente ainda existe, praticamente desde a sua inauguração nas inesquecíveis noites dos anos 80.
Depois do "circuito" pelo Bairro Alto, o "Plateau" era normalmente onde desaguava a energia de umas danças "bombadas" intervaladas com uns copos muitas vezes na companhia da minha inseparável comparsa destas lides, Paulinha. (Lembras-te, Paulinha?).
Essa namorada de então era muito menos exuberante que a Paulinha e de vez em quando sentava-mo-nos nos bancos corridos encostados à parede na versão mais modernizada do "Plateau". Era o normal quando intervalávamos do "hard rock" típico da casa.
Nessas alturas ficávamos encostados um ao outro e colocava-lhe a mão sobre as pernas. Uma das vezes, porém, com o copo na mão direita e com a mão esquerda toquei-lhe numa perna, na outra perna e por fim deixei a mão encostada sobre uma terceira perna..."Olá -- pensei -- esta "gaja" não pode ter três pernas". De início não liguei devido à agitação do local. Depois, mais consciente da situação, reparei que estava com a mão sobre a perna de uma desconhecida que se encontrava sentada ao lado dessa namorada.
A minha sorte de não ter levado uma bela tareia dos amigos que a acompanhavam foi a desconhecida ter compreendido que eu estava distraído e não a abusar dela e aceitou com simpatia e serenidade os meus pedidos de desculpa. Ao contrário dessa minha companheira de então. Ciumenta!
A partir daí, em qualquer discoteca, passei a ter muito mais cuidado em ver onde colocava as mãos do que onde punha os pés...
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