Uma "quadratura" sem nobreza
A última edição da Quadratura do Círculo ocupou grande parte do seu tempo a criticar e a amesquinhar Fernando Nobre, com os participantes a referirem-se ao médico fundador da AMI em tom jocoso e sarcástico.
No entanto, se formos comparar o percurso de vida de António Costa, José Pacheco Pereira e António Lobo Xavier com o de Fernando Nobre, o currículo deste é incomparavelmente mais rico e recheado de reconhecimentos internacionais por parte de vários países do que os dos três comentadores juntos.
Enquanto Fernando Nobre é um cirurgião afamado formado na Bélgica e que tem empenhado grande parte da sua existência a salvar vidas pelo Mundo fora em cenários de terríveis catástrofes, António Costa tem vivido sempre alapado à conta do estado e a únicas iniciativas relevantes que se lhe conhecem foi ter posto um burro e um Ferrari a competirem na Calçada da Carriche e a agora como presidente da CML, graças a uma coligação do tipo albergue espanhol, transferir o seu gabinete para o Intendente para ficar junto às mulheres da vida e dos proxenetas vá lá saber-se porquê. Politicamente uma nulidade, o Costa do Intendente é incapaz de travar a progressiva degradação da capital portuguesa, tal como deixou a justiça num caos quando foi ministro da mesma. Já para não falar no SIRESP...
Pacheco Pereira "transferiu-se" do PCP (m-l) para o PSD, após falhar o ingresso no PCP, que não confiava lá muito nele, através de Zita Seabra e espuma de raiva por Pedro Passos Coelho o ter enfiado no sótão cavaquista juntamente com quase toda aquela quinquilharia social-democrata de que o comentador faz parte e apoia sem reservas. PP tem vivido sobretudo encostado à política, aos jornais e às tv´s que ele próprio tanto critica. O professor universitário crispa-se com Fernando Nobre por este ter dado o dito pelo não dito em relação à mudança de opinião do médico, quando ele próprio não é virgem nestes ziguezagues. Apoiou a primeira eleição de Mário Soares, depois foi eleito pelo círculo do Porto mas não ocupou o lugar de deputado por não querer deixar o bem remunerado lugar no Parlamento Europeu e posteriormente escusou o cargo de embaixador de Portugal na UNESCO porque preferia criticar o governo liderado pelo arqui-inimigo Santana Lopes seu "companheiro" no PSD. Estamos conversados quanto a este senhor.
António Lobo Xavier é um gestor polivalente que desde o FC Porto à Sonaecom, passando pela Mota-Engil e outras empresas, que desta vez se excitou além dos limites da sua postura habitual de cavalheiro ao comentar a integração de Fernando Nobre nas listas do PSD, referindo-se a este como se fosse um pobre diabo arregimentado num qualquer albergue de mendigos ou antro de malfeitores.
Para este trio, o presidente da Assembleia da República deve ser obrigatoriamente um supra-sumo da política. Mas onde está ele quando a maioria dos deputados vão sair de listas partidárias de uma mediocridade atroz? Meus caros "quadrados do círculo", para se ser Presidente da República basta ter mais de 45 anos e o cadastro limpo, o que significa que um qualquer sapateiro, jardineiro, trolha, desempregado, pica-bilhetes ou futebolista pode ascender com o voto popular a primeira figura do Estado.
Segundo os parâmetros dos "quadrados do círculo" o Lula da Silva, que nunca passou de operário metalúrgico, nunca poderia ser presidente do Brasil, nem Henry Truman, agricultor e vendedor de sapatos na sua juventude, alguma vez ascenderia à Casa Branca, nos Estados Unidos.
Aliás, eu nem considero o cargo de presidente da Assembleia da República algo transcendental. Basta um cronómetro para contar os minutos das intervenções (que ninguém respeita) e mandar levantar ou sentar aquela manada dividida em partidos aquando das votações.
O único erro que Fernando Nobre cometeu, quanto a mim, foi querer fazer parte daquela carneirada sem qualquer qualidade digna de registo que puxa o lustros aos bancos de São Bento. O seu prestigiado currículo não merecia semelhante despromoção...
sempre assim: falam os rotos dos esfarrapados e os porcos dos mal lavados...
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