O meu amigo Arménio andava doido para papar uma russa (da Rússia) que morava no apartamento ao lado. Realmente a mulher era um espectáculo. Alta, loira, esguia, curvilínea, longo cabelo loiro-branco, enfim, um dos mais belos espécimes paridos pela raça eslava. Além disso, era muito simpática, culta, e aquele português com sotaque dos Urais adicionava-lhe uma graça suplementar ao charme e à sensualidade. Só tinha um defeito: era casada. Pior: o marido tinha sido capitão do Exército Vermelho e se não atingia os 2 metros pouco faltava. Um autêntico cedo das impenetráveis florestas siberianas.
No entanto, nem a imponência do marido da russa desanimava o meu amigo Arménio de desfrutar dos prazeres da deusa moscovita.
Por portas e travessas, qual agente lusitano do KGB, o meu amigo Arménio soube que o casal imigrante do Leste necessitava de uma mobília de quarto porque a irmã e o cunhado da espectacular Ludmila também vinham tentar a sua sorte profissional em Portugal.
Aí fez-se luz no cérebro extasiado-excitado do meu amigo Arménio e com segundas, terceiras e quartas intenções ofereceu-se para dar uma mobília aos vizinhos, com o pretexto que a mulher (pois claro que o meu amigo Arménio era casado) já estava farto dela e queria deitá-la fora, o que era um crime, pois ainda se encontrava em excelente estado de conservação.
Uma tarde, o meu amigo Arménio bateu à porta da explosiva Ludmila. Tinha o guarda-vestidos para a contemplar com a mítica generosidade lusitana. Ela deixou-o entrar, ele levou a peça de mobiliário para o quarto vazio, apercebeu-se que ela estava sozinha em casa, o que mais o incentivou a continuar com o seu plano de caridade sexual.
O Arménia esfregava as mãos de contente porque o horário de trabalho do marido da russa coincidia com o da esposa do meu amigo. Perfeito.
No dia seguinte, nova peça de mobiliário, a cómoda e o espelho, foi transferido do apartamento do Arménio para o da radiante russa. O meu amigo andava nas nuvens. Cortou o cabelo escuro, escanhoava-se diariamente, trocou o baratucho Aqua Velva por um mais bem cheiroso Issey Miyake, pôs de lado as camisas com nódias de cerveja e molho dos caracóis, trocou a ganga pela Spingfield e andava sempre a mirar-se e a remirar-se nos vidros das montras para confirmar a sua aparência sedutora.
A penúltima entrega (dádiva) era a cama. O meu amigo Arménio tocou à porta da bombástica Ludmila, ela abriu com aquele sorriso mais brilhante que o Sol, ele entrou, armou a cama. Perguntou, ufano, se estava tudo bem e despediu-se com um melado "até amanhã", ao qual ela correspondeu com aquele irresistível "obrrrigada".
Chegou o dia tão ansiosamente esperado: a entrega do colchão. Encontrei-o no café. Os olhos dele brilhavam como os de um predador prestes a abocanhar a presa. Emborcou duas imperiais quase de um gole e despediu-se de mim com um rápido: "Estou com pressa. Tenho muito que fazer.". Pois...pois...calculei eu, que andava a par, graças à minha "pide" local, de todas aquelas manobras...
O meu amigo Arménio "voou" para casa, pegou no colchão, ajeitou o cabelo e deixando um rasto intenso do seu novo after-shave Issey Miyake pela escada, tocou à porta da fulminante russa.
A porta abriu-se e o meu amigo Arménio teve um choque que quase o levou a chamar o INEM...
Era o marido da monumental Ludmila, que pegou no colchão com as duas manápulas tipo patas-de-urso e agradeceu:
-- Obrrrrigado. Eu levarrrr o colchon prrra dentrrro !
ahahahahah! F*deu-se o Arménio! Aposto que o tesão fugiu a 7 pés quando viu o marido da Ludmila! eheheheheh!
ResponderEliminarComo é que adivinhaste? lololol ... Acho que ainda hoje anda murchinho ... :P
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