Portugal virado do avesso
A Selecção Nacional está esburacada como o País. Dois jogos e cinco golos sofridos (3 com a Islândia e 2 com a Dinamarca). Um défice intolerável nas nossas redes como na banca internacional. Os futebolistas portugueses em campo mais se assemelhavam aos ministros no Conselho dos ditos cujos. Sem ideias. Desconjuntados. Desgarrados. O técnico Paulo Bento é um Passos Coelho com menos jeito para se pentear. O actual primeiro-ministro embirrou com José Sócrates, o filósofo que entrou através de cunhas ("quem não tem vergonha todo o Mundo é seu", já diziam as minhas avozinhas) para uma universidade parisiense, ao ponto de se recusar a reunir a sós com o político que papou o pequeno almoço que é recorde do Guiness: 750 mil euros com o ex-artista dos relvados, Luís Figo. Também o seleccionador da "tranquilidade" e do risco ao meio alimenta os seus ódios de estimação: Ricardo Carvalho e Bosingwa.
E o que diz o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl? Nada de substantivo. Tal como o PR Cavaco Silva. Os discursos de ambos são como pescadinhas-de-rabo-na-boca. Mais intragáveis e ininteligíveis mesmo só os de Jorge Sampaio, que necessitavam de sucessivas interpretações e explicações até se perceber alguma coisa do que pretendia transmitir às massas baralhadas com os puzzle palavrosos do ex-residente de Belém.
No reino da Dinamarca é impossível descrever quem se revelou como o pior jogador português sobre o relvado.
João Pereira equivaleu-se ao buraco na RTP, Rolando ao das Estradas de Portugal, Bruno Alves ao da CP e Eliseu ao da Carris. Sem exagero. No "galinheiro", Rui Patrício é como a Agricultura. Abandonado tal e qual os terrenos e uma defesa aqui e ali como os sobreiros no Alentejo.
O meio-campo, ó senhores da Troika, que miséria aquela "troikinha" triplo M: Moutinho, Meireles e Martins. Este trio não se afundou num buraco mas enterrou-se bem fundo num mega buracão como o de Alberto João Jardim na ilha do Jaime Ramos & Cª, ele, Jaime Ramos, que até foi presidente do União da Madeira. Levaram um bailinho, não da Madeira mas de Copenhaga e revelou-se mais imóvel que os Legos "made in Denmark", embora estes sejam mais coloridos...
A frente de ataque esteve mais murcha que uma intervenção do António José Seguro na Assembleia da República. O Cristiano Ronaldo, apesar do "míssil" que atenuou a derrota, deve ser uma vítima do Sistema Nacional de Saúde. Cada vez que enverga a camisola da Selecção vem cheio de mazelas, trôpego, manco e com cataratas para vislumbrar nitidamente a baliza contrária. O Hélder Postiga é o equivalente ao ministro das Finanças, Vítor Gaspar. Um move-se em câmara lenta, o outro fala como os actores nos filmes do Manoel de Oliveira e o titular da pasta da massa do País. O Nani no onze não passa de um Miguel Relvas. Aquela aparente hiperactividade não passa de fogo de vista. Entraram ainda uns suplentes, Miguel Veloso, Ricardo Quaresma e Nuno Gomes e a mediocridade exibicional manteve-se inalterável. Do mesmo modo que o PEC I, o PEC II e o PEC III de José Sócrates e do inefável Teixeira dos Santos também eles não salvaram a Nação da ruína...
Olha-se para o banco de suplentes e o que se vislumbra? O Partido Comunista, o Manuel Alegre e o Bloco de Esquerda.
Podemos manter-nos no Euro? Podemos. Mas com as taxas de juro do "play-off"...
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