Tinha sete gatos mas agora só tenho seis. Em Outubro, como aqui registei, morreu a Flufa. Os meus peludos são todos família. Deixou dois filhos "órfãos", o Jack Patolas the Ripper e a Xuxa Morgana. Fiquei, obviamente, consternado com a morte da gata e todos os dias me lembro dela porque era uma bichana muito patusca, exótica, mexida e divertida.
Passados uns dias reparei que o Jack Patolas the Ripper se refugiava num quarto desocupado e passava os dias enrolado como se estivesse a dormir. Pensei que andava cansado das brincadeiras nocturnas. Quando me certifiquei que ele já não comia peguei nele para me certificar o que se passava com o meu grandalhão tigrado amarelo, um brincalhão nato que agora não se mexia.
Descobri então que a "doença" dele era nem mais nem menos que saudades da mãe. Comecei por obrigá-lo a comer e a beber. Durante semanas prestei-lhe mais atenção que aos outros gatos. Distraí-o, brinquei mais com ele e aos poucos foi recuperando a alegria de viver que perdera no seu luto felino.
O Jack Patolas the Ripper foi retomando a convivência com os outros e a reintegrar-se outra vez com o resto da família. Já deixou de miar a chamar pela mãe, mas deita-se no sofá e na minha cama, precisamente nos mesmos lugares antes ocupado pela Flufa. Voltou a ser o alegre folião com o seu feitio extrovertido. Agora já não dorme encostado à mãe mas à irmã. Os animais têm sentimentos. E deveras profundos.
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