Se alguma vez a expressão popular "estar nas tintas" foi usada com toda a propriedade esta é uma delas. O Estado está-se nas tintas para a Justiça...A falta de tintas para as impressoras nos tribunais é uma prova cruel do desleixo para onde foi remetido o pilar da Democracia.
Cara, zarolha e politizada, a Justiça portuguesa flutua ao sabor dos caprichos dos partidos que governam e, hoje em dia, é menos credível e equilibrada do que as leis dos piratas a bordo dos seus navios. Pelo menos os salteadores de perna-de-pau cumpriam um código rigoroso sem excepções para ninguém.
Após quase 40 anos de Democracia já se concluiu facilmente que aos sucessivos governos nunca interessou uma Justiça acessível, cega e equilibrada não vá algum diabo de juiz tecê-las e levar até ao seu termo um processo que envolva alguém influente. Os exemplos são mais que muitos, desde o sangue contaminado com SIDA ao BPN's e aos Freeport's. Sublinhe-se também as acções deploráveis dos sucessivos procuradores-gerais da República, lestos a arquivar na sexta secção (caixote do lixo) tudo o que toque ao de leve em quem os nomeou (governo e presidente) com rábulas que envergonham qualquer estado de Direito.
Se existe um sector na vida portuguesa que pode ser reestruturado sem se gastar um euro é a Justiça. Infelizmente, as alterações sucedem-se para dar cobertura aos mais altos responsáveis da Nação, com alterações inqualificáveis aos códigos penais, plenos de artifícios para os criminosos se livrarem do castigo e quase omissos quanto aos direitos das vítimas.
Um país nas tintas para a Justiça é uma Democracia amputada do seu valor supremo. Portugal está doente. Em fase terminal, sem qualquer exagero.
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