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segunda-feira, 25 de abril de 2011

SER PORTUGUÊS !

Quem se mete com um Lusitano...leva!

Que os Portugueses são descendentes dos Lusitanos já ninguém tem dúvidas. A única incerteza que ainda continua a prevalecer sobre o povo original da nossa terra é se somos centonetos (inventei a palavras por isso escusam de correr para os dicionários) de celtas iberizados. Para percebermos quem somos é obviamente essencial saber como fomos. E aí o nosso perfil não é lá muito abonatório. Os Lusitanos habitavam na Meseta Ibérica até ao Atlântico  e a sul do Douro até às montanhas do Algarve, a terra dos Cinetes. Não se pode dizer que a nossa lusitana actividade fosse muito dignificante. Apesar de assentarmos arraiais como pescadores, agricultores e pastores, as nossas tribos, sem qualquer organização política, eram especialistas em assaltar e saquear a vizinhança Galaica e "algarvia", a roubar viajantes desprevenidos e a fazer uma perninha como mercenários. Aníbal e os seus elefantes quando tentou conquistar Roma levou consigo uma legião de Lusitanos, mas a epopeia correu mal aos invasores. 
Entretanto já tínhamos uma certa queda para o turismo e enganávamos os Fenícios e os Cartagineses do mesmo modo que, actualmente, os "camones" são explorados até ao tutano no Algarve, na Madeira e não só...Os romanos quando quiseram conquistar o Mundo meteram-se numa alhada tremenda no momento em que as legiões puseram as sandálias na Lusitânia. Durante dois séculos, os gládios romanos foram impotentes para dominar esta rapaziada rebelde que "não se governa bem se deixa governar", como escreveu um general desesperado da maior potência mundial  da altura ao seu imperador. 
Estrabão escreveu que os lusitanos eram "a mais poderosa das nações ibéricas e que, entre todas, por mais tempo deteve as armas romanas". Disse também que os lusitanos eram sóbrios e frugais, bebendo só água, cerveja de cevada e leite de cabra. Dormiam deitados no chão. Usavam cabelos compridos como as mulheres, untavam-se com azeite e celebravam jogos vários de destreza física. Fabricavam pão de farinha de glandes de carvalho. Só bebiam vinho em festins. O vestuário dos homens era preto e de lã grosseira ou pelo de cabra.
Ora uma malta assim metia respeito até aos legionários. Mais a mais porque os Lusitanos tinham uns hábitos que até aos romanos arrepiava. Abriam as entranhas dos inimigos capturados ainda vivos, que berravam como possessos com o raio desta mania e ainda faziam mais umas marotices como cortar-lhes a mão direita e tirar-lhes a pele a sangue frio. Este último hábito ainda se mantém hoje, tantos são os spa e os institutos de beleza que fazem depilação mas com um bocadinho de mais cuidado.
Após dois séculos de massacres para aqui e para ali, Roma lá conseguiu a tão sangrenta conquista. Mesmo assim, a romanização da Lusitânia seria muito superficial porque os "portugueses" de então usavam todos os truques para fugir aos impostos, um hábito que se mantém, e não abdicavam dos seus usos e costumes. E mesmo o Latim que nos queriam impingir foi aceite de tão má vontade que a malta se entendia com uma espécie de "latim técnico", mais ou menos como o "inglês técnico" do nosso "engenheiro".  A sinistra "pax romana" nunca foi um sucesso em Portugal e daí a Justiça estar como está no século XXI. 
Se os Lusitanos não eram bons de assoar a situação piorou substancialmente quando os "hooligans" da época, os Alanos, os Suevos e os Vândalos imigraram da Germânia para aqui. Agora é ao contrário. Somos nós que vamos para lá justificar os "canudos" que por cá só garantem desemprego ou um lugar de caixa numa grande mercearia do Belmiro.  Bem, mas estava a falar dos Vândalos. Esse pessoal era tão boa gente e educada que ainda hoje quando se risca um carro, se grafita uma parede, se parte um candeeiro ou escavacam os bancos do jardim se traduz essa acção por "vandalismo". Agora imaginem o que terão feito esses germânicos para dois mil anos depois continuarem a ser conotados com maldades. 
O ADN português com o sal lusitano e a pimenta vândala tornou-se completamente intratável e ninguém queria tomar verdadeiramente conta cá do burgo. Quando se pensava que mais reguilas que isto era impossível desembocaram nas antigas scuts romanas sem portagem os Visigodos. Estes primos dos Godos já tinham escaqueirado o Império Romano e entraram por aqui numa boa com os primos Vândlos, Alanos e Suevos pelo que os Lusitanos ganharam uma nova energia. 
Como o pessoal não era esquisito começaram a enrolar-se uns com os outros aperfeiçoando a portugalidade, uma forma de ser e estar que não tem nada a ver com os outros people da Europa.  Nem em lado nenhum. Fartos de andarem pelas estradas a roubar gente cada vez mais pobre, os Visigodos descobriram uma forma muito mais rendível e menos trabalhosa de fazer fortuna: construir cidades. Obviamente que a corrupção floresceu com esta fórmula de povoamento e os autarcas da altura mais os construtores civis esfregaram as mãos de satisfação com este método rápido de ganhar dinheiro, expediente que actualmente é o grande responsável pelo défice gigantesco das nossas contas públicas e das contas bancárias galáticas dos políticos. 
Estava tudo na paz do Senhor a viver, como agora, à custa do Estado quando em vez do FMI desembarcaram os árabes. Os ditos sarracenos cortaram pela raiz as mordomias dos senhores feudais e desataram a construir alquevas, centros culturais, santuários e aldeamentos turísticos por todo o lado. A riqueza acumulou-se tanto durante uns séculos que despertou a cobiça de um real visionário: D. Afonso Henriques. 
Os azeites subiram à cabeça do nosso primeiro rei quando a sua Teresa mãe o quis contrariar e aí ferveu-lhe o sangue celta-lusitano-alano-suevo-vândalo-visigodo nas veias, pregou um par de estalos na progenitora (a violência doméstica cresceu desmesuradamente em desde esse acto indigno), chamou uns tipos que de santos nada tinham, Egas Moniz, D. Fuas Roupinho, Geraldo Sem Pavor e o Gonçalo Mendes da Maia, o Lidador, e veio por aí abaixo a mandar para o Reino dos Céus tudo o que mexia com uma meia lua. 
Ao longo dos anos ainda nos vieram cá chatear os espanhóis e os franceses mas nem uns nem outros apreciaram a nossa tão propalada hospitalidade. Alguns castelhanos acabaram assados dentro de um forno de uma padeira em Aljubarrota, o que deve ter inspirado Adolfo Hitler, com o qual ainda temos em comum uma costela de vândalo, na diabólica ideia dos holocaustos. Não é por acaso que basta dar a um português um lugarzito de chefia por mais simples que seja para se tornar imediatamente num ditador implacável. Os franceses chegaram com uma prosápia napoleónica a Lisboa. O Cavaco, o Sócrates, os ministros, os deputados, os políticos da altura piraram-se rapidamente para o Brasil mas a malta não se atrapalhou. Apesar dos desmoralizantes massacres de Évora e de outras cidades e aldeias, que a maçonaria portuguesa esconde nos livros de História, a "geração à rasca" de 1807 a 1810, chefiada por abades, padres e militares cortaram tantos gauleses às fatias à moda lusitana por essas aldeias fora que praticamente dispensávamos a cínica ajuda inglesa. 
E hoje somos o que somos graças a tudo isto! "Eles" (sejam quem for) julgam que nos governam mas estão enganados. 

2 comentários:

  1. Gostei do texto, Tozé. Corrido. De agradável leitura. Com "sumo" e piada.
    Como sou do Norte, na altura não seria Lusitano, mas sim Calaico. Muito tempo passou e agora ainda estamos (muito) mais misturados. SOU ORGULHOSAMENTE RAFEIRO.
    Duvido que os Lusitanos fizessem mais do que incursões a Norte do Douro. Claro que aqui era tudo muito mais tribal do que na Nação Lusitana, mas o Douro era a único "fronteira" físico intransponível deste (actual) país. Em quase todo o seu percurso o acesso à outra margem era quase impossível, se do lado oposto o quisessem defender. Vale profundo, margens altas e bem inclinadas, uma largurita razoável, muita corrente e caudal, rápidos em muitos sítios; tornavam fácil a defesa de qualquer das margens de incursões.
    O Afonsinho do condado também foi muito esperto. Tinha vários judeus (que já cá estavam há muito) a apoiá-lo financeiramente e não só. Atacava tipo "Blitzkrieg" e destruia quase tudo. Voltava para trás e preparava nova incursão, enquanto estimulava a manutenção das populações civis, respeitando as suas religiões, costumes e tudo o resto. Assim, ermava-se o território (o contrário do que os vendidos de agora fazem) e tinha-se um população mesclada; quer de origens, de religiões, costumes.
    E assim se criava um belo país, com uma variedade notável de paisagens e de recursos que davam para a auto-suficiência, sem que fosse rico; e valioso também do ponto de vista genético e de permuta cultural. Ao contrário da Europa, claro. Tanto que o Feudalismo cá nem existiu; pelo menos de acordo com os cânones habituais ditados pela mentirosa história (propositadamente minúscula). Aliás, a "Idade das Trevas" só assim é chamada porque os tapados sabem pouco dela... E o pouco que se sabe é bem rico e interessante (banhos mistos, expressão artística bastante livre, JULGAMENTO de ANIMAIS - esta cómica -...).
    ...

    Até, Tozé

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