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domingo, 7 de agosto de 2011

JÁ ando aos CAIXOTES DO LIXO !


É a vida! Hoje já andei aos caixotes do lixo para almoçar. Ainda não integro a chaga social dos sem-abrigo, apesar dos esforços legislativos dos sucessivos governos para engrossar as hostes do já numeroso exército de desvalidos, mas esta tarde para confortar o estômago tive de andar a chafurdar nos detritos do contentor que a Câmara Municipal de Sintra me coloca à porta em troca dos 60 euros anuais que me extorque, com ameaça de juros e penhora se não cumprir um contrato que nunca assinei, em nome de uma abusiva taxa de "saneamento e esgotos" pontualmente nos meses de Setembro. 
Acordei tarde, como habitualmente, e depois de dar prioridade ao apetite dos gatos fui tratar do meu. Mas onde estava o arroz de pato que eu tinha deixado a descongelar, ontem, antes de me deitar, em cima do frigorífico? Dei voltas e reviravoltas à casa mas o pato tinha voado levando consigo o respectivo arroz e a caixa de plástico onde se encontravam encarcerados. Mau, aqui há pato, ou melhor, aqui há gato mas pato nem vê-lo. Confirmei que os meus gatos estavam inocentes deste estranho caso. Aliás, eles nem apreciam por aí além os menus humanóides. Reparei, entretanto já mais desperto, que a casa estava bastante mais limpa e arrumada do que antes de me deitar. A minha empregada tinha vindo fazer o seu trabalho enquanto eu dormia e nem  dera por ela. Que diabo, a senhora não é uma pessoa rica mas é uma rica pessoa incapaz de levar daqui o que quer que seja e muito menos um arroz de pato. "Não me digas que...", pensei. E estava certo. Ela achou que aquela caixa nada fazia sobre o frigorífico e deitou-a no lixo. Não é que não tivesse outros artigos de sobrevivência alimentar na dispensa mas queria muito, muito mesmo, aquele arroz de pato. Saí, fui ao contentor, revolvi alguma lixarada que nem sequer é muita devido às férias, e lá encontrei a minha caixinha de plástico com a respectiva ave acompanhada pelo arroz. "O que não mata engorda", dizia a minha saudosa avozinha com a sabedoria dos seus 82 anos. E por entre "boas tardes" de vizinhos curiosos por me verem aos caixotes trouxe o petisco para casa, para o prato, para o micro-ondas e para a boca. Estava óptimo!

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