O Presidente da República, Cavaco Silva, concedeu esta semana uma entrevista à RTP. Curiosamente esta intervenção do mais alto magistrado da Nação não mereceu o repúdio que merecia pela gravidade de algumas afirmações. Na realidade, Cavaco Silva apresentou-se à "entrevistadora" mais como um comentador político, qual Marcelo Rebelo de Sousa de quem se fala já estar a reunir apoios para se candidatar a condómino do Palácio de Belém, e menos como detentor do cargo que assume.
Segundo a nossa (malfadada, confusa, ideologicamente socialista no pior sentido e antiquada) Constituição, o Presidente da República é como um presidente de um clube de futebol e o primeiro-ministro o treinador da equipa. É uma comparação um tanto redutora mas explícita para se perceber onde quero chegar. Afirmou Cavaco Silva, perante a situação dramática que actualmente aflige o País, que "desde 2006 vinha avisando da crise que se adivinhava". Avisou quem? Se o fez ao primeiro-ministro José Sócrates é grave, muito grave, gravíssimo, para não dizer que se tratou de um crime contra o povo português. Então o presidente do clube assiste impávido e sereno ao afundamento da equipa e não toma medidas em relação ao treinador? No entanto, deduzi algo ainda mais repugnante na magistratura de Cavaco Silva. O Presidente da República assistiu impávido aos desvarios do governo de José Sócrates, desde os fatos de 35.000 dólares comprados numa loja de luxo que só atende um cliente por dia e tem (tinha) o nome do nosso primeiro-ministro gravado no vidro da montra ao embuste da negociata da Fundação das Comunicações ligada ao Magalhães, da profusão de mordomias oferecidas aos marajás do governo e do partido até ao inacreditável desperdício de um aeroporto de Beja que abriu para deixar abandonados na pista 49 (quarenta e nove) passageiros, da vergonhosa campanha eleitoral de 2009 onde o défice foi maliciosa e ostensivamente "encolhido" para 5% quando na verdade rondava os 8% até aos sucessivos PEC's que foram enterrando Portugal para as entranhas do Inferno onde hoje se encontra. Os exemplos sinistros e ruinosos do governo de José Sócrates seriam bem mais numerosos mas fiquemos por aqui, que, creio, já devo ter reavivado algumas memórias mais curtas. E Cavaco Silva ao invés de reagir em nome dos interesses nacionais manteve-se inerte, monolítico, à espera de ser reeleito para um segundo mandato, ou seja colocou os seus interesses pessoais e políticos acima do estado de uma Nação já não doente mas moribunda e a necessitar urgentemente de uma intervenção externa, o que acabou por acontecer mas já depois de ele e a sua maria se encontrarem refastelados em Belém para um segundo mandato em que, para já, apenas as "vacas sorriem"...A histeria irreal de José Sócrates e o inócua magistratura de Cavaco Silva são os grandes responsáveis pelo estado a que esta espécie de Estado chegou. São duas personagens que vão direitinhas para o lixo da História recente de Portugal.
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