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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Portugal e a Europa adormecidos!



Muito se fala, escreve e publica que o Povo Português está resignado com as medidas de austeridade que o esmagam no dia-a-dia. Vou mais longe. Toda a Europa se encontra entorpecida com um dose de cavalo de "morfina" alemã desde que se desenvolveu esse embuste da Terra Prometida que é a União Europeia. Quanto mais se aprofunda essa ideia que nasceu do medo cobarde da França do General De Gaulle que a Alemanha se reerguesse com propósitos bélicos dos escombros do III Reich pior vão vivendo os cidadãos do Velho Continente, sobrecarregados por uma política direccionada para a obsessão de controlar os défices das contas públicas quando, como se sabe, todos os países devem dinheiro uns aos outros.
O acordo Ronald Reagan-Margaret Tatcher, nos anos 80, que permitiu aos bancos escaparem ao controlo dos respectivos governos abriu a porta ao galope desenfreado de um mercado liberal elevado ao extremo, espezinhando na fúria da sua passagem as pessoas e as suas necessidades básicas.
E os povos europeus, domados pelos encargos do dia-a-dia ditados por uma União tecnocrata e essa tenebrosa e abstracta imagem que são os "mercados" esvaíram-se da sua ancestral rebeldia. Não, não são apenas os portugueses que pouco ou nada reclamam e de vez em quando desfilam pelas avenidas em magotes ordeiros controlados pela Polícia, solicitados pelos sindicatos e olhados com desdém pelo Presidente da República e os membros do Governo.
Onde estão os espanhóis que lutaram e morreram pela República?
Onde estão os bascos, os catalães e os asturianos que queriam separar-se de Castela?
Onde estão os franceses que mudaram as mentalidades com o Maio de 68?
Onde estão os ingleses que obrigaram Tatcher a demitir-se devido a um simples imposto?
Onde estão os irlandeses que interromperam a luta de séculos contra o colono inglês?
Onde estão os húngaros e os checos que se revoltaram contra o urso soviético, soçobrando apenas ao serem esmagados pelas lagartas dos tanques do Exército Vermelho?
Onde estão os polacos que encetaram a histórica luta nos estaleiros de Gdansk e fizeram estremecer o Pacto de Varsóvia?
Onde estão os romenos que marcharam sobre Bucareste para depor o ditador Ceausescu?
Onde estão os gregos da sangrenta guerra civil pós-II Guerra Mundial e da deposição da ditadura dos coronéis?
Onde estão os lituanos, letões e estónios que enfrentaram a gigantesca Rússia?
Onde estão os finlandeses da épica Guerra de Inverno com o seu vizinho comunista?
Onde estão os italianos que penduraram Mussolini na praça de Milão?
Onde estão os povos da ex-Jugoslávia, o único país que se libertou dos exércitos de Hitler sem ajuda externa e logo de seguida disseram "não" a Estaline? 
Onde estão os descendentes dos heróicos resistentes da Holanda, Dinamarca, Noruega e voluntários da Suécia. 
Portugal, é verdade, poderá estar adormecido, mas também o resto da Europa se encontra aconchegada no regaço de uma ama-seca intratável que dá pelo nome de Angela. 
Quando os sinos tocarem a rebate o despertar será bem amargo!

1 comentário:

  1. Vitor Manuel Fonseca Marinho9 de maio de 2012 às 18:12

    Tudo correcto, Tozé, mas poderias alargar isso ao resto do mundo podendo começar pela terra do tio Sam, por exemplo. Onde estão os "bravos" desse "lar"?...
    Isto é global, Tozé. O Genocídio e a Eugenia são PRÁTICAS COMUNS (aqui mesmo, por exemplo).
    Políticas de acabar com a Educação Pública ocorrem por todo o lado (Chile, Republica Dominicana...). Assim como as BARRAGENS hidroeléctricas mais do que inúteis (Brasil, Chile, Portugal...).
    Os senadores chilenos venderam o património genético do seu país (refiro-me aos vegetais e não sei se animais à Monsanto). Não sei se isso foi revertido ou não?
    Nos EUA e Canadá, as liberdades civis cada vez são mais cortadas e que reacção há.
    Não há pontos comuns nisto, para além do ABSURDO das medidas? Será isto coincidência?
    Claro que depois de ver tanta coisa (isto que escrevi nada é) cheguei à conclusão que afinal não são só os portugueses que são "mansos".

    Abraço

    Vitor Marinho

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