Os fundamentalistas politicamente destros ou canhotos não vêem para além dos seus dogmas. E inventaram essa falácia de que no Estado Novo os três mandamentos do Povo (como há tantos porta-vozes dele que por aí proliferam...) eram o Fado, Fátima e o Futebol. Hoje em dia, uns tantos arautos dos denominados "indignados" bradam aos ventos que se voltou ao passado dos 3F.
Santa ignorância.
No anterior regime, o Fado chegou a ser proibido de se cantar de improviso, sem que as letras passassem pela Censura. O Futebol profissional não foi permitido pelo Estado Novo até finais dos anos 60. Fátima nunca foi consensual na Igreja e existiram dentro da mesma correntes de opinião díspares e contraditórias sobre a veracidade das aparições.
Em suma, a tríade dos 3 F não passa nem nunca passou de um mito urbano que se usa quando se pretende distorcer a realidade.
O Povo (como dá jeito esta palavra tão utilizada por candidatos a novos caciques de costumes e capatazes de ideias) não é parvo, não senhor.
Quando existe qualidade na Cultura, ele, o dito Povo, larga o conforto dos sofás, o remanso do lar, a tarde na praia, a telenovela, o jogo de futebol, a peregrinação a Fátima ou uns fados na tasca mais perto de si (dele), e faz uma romaria à exposição de Joana de Vasconcelos, no Palácio Nacional da Ajuda, aguentando horas numa bicha e desembolsando uns euros tão preciosos em tempos de crise para admirar, gostar ou não gostar, umas quantas obras de arte.
Afinal, o Povo (uff, se não fosse esta denominação tão politicamente usurpada) não é tão alienado e obtuso como destros ou canhotos da política o pretendem qualificar. Dêem-lhe, isso sim, arte em todo o seu esplendor e não lhe vendam gato por lebre...
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