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terça-feira, 10 de maio de 2011

O meu amigo SATANÁS


O  meu sítio tem umas figuras castiças. Como é um mix de "dormitório" e aldeia da roupa branca o pessoal conhece-se melhor ou pior aqui por estes quarteirões. Um desses meus amigos é um bocadinho excêntrico. Utilizo este adjectivo porque não existe nenhum que o possa definir com exactidão. Este aproxima-se um pouco da sua personalidade mas o homem é bastante mais complexo. O meu amigo Luís não consegue viver sem uma mulher a seu lado. Até aí tudo bem. Já mudou de companheira várias vezes. Está certo. Também já fiz o mesmo. Porém, ele eleva o nível das relações até ao expoente máximo. 
Uma bela noite, o Luís enfeitou o quarto conjugal com velas, despiu a mulher, amarrou-a à cama, vestiu uma opa negra, colocou um par de cornos na cabeça e começou a invocar o Diabo com "orações" que fariam corar São Cipriano. E o que se previa uma noite rotineira de sexo conjugal acabou por ser uma cena dos diabos...A mulher começou a entrar em pânico, tentou desesperadamente desamarrar-se da cama, berrou a plenos pulmões por ajuda e ele impávido e sereno  cumprir a suas obrigações de marido, sempre a clamar pelo Mafarrico, como se nada de anormal estivesse a acontecer. 
Após muitas tentativas, a mulher lá se livrou das amarras, saiu debaixo do Luís e fugiu para a rua com a "roupa" com que nasceu. Como não é muito normal ver-se uma mulher completamente despida lá pela urbanização, alguns homens (contrariados pelas respectivas...) começaram a juntar-se em redor da senhora histérica. 
Tanta gente às 3 ou 4 da manhã chamou, por seu lado, a atenção da Polícia, que depois de cobrir a senhora com um blusão tomou conta da ocorrência. O amigo Luís, vendo que a "coisa" poderia dar para o torto, desceu as escadas com o traje diabólico ainda no corpo, meteu-se dentro do carro e fugiu do alarido que a sua sessão de sexo infernal provocara. 
Já no IC 19 a caminho de Queluz foi embatendo na traseira de vários carros. Batia, desviava-se, acelerava e ultrapassava. Depois de deixar seis ou sete automóveis amachucados pelo caminho foi perseguido pela GNR, que o interceptou a meio quilómetro do Hospital Amadora-Sintra. 
O agente aproximou-se da janela do carro do Luís e pediu-lhe a identificação e os documentos do carro.. 
-- Sou o Satanás -- respondeu-lhe o meu excêntrico (continuo sem encontrar outra palavra mais apropriada para o descrever) -- Não me conhece? 
A GNR, perante esta descrição, pegou nele e enfiou-o nas urgências do Hospital Amadora-Sintra, onde ficou uma semana internado na ala de psiquiatria. 
Passado pouco tempo encontrei-o na rua e ele, sempre com o ar calmo e sereno que o caracteriza, disse-me: -- A minha mulher deixou-me...Tens alguma amiga que me possas apresentar? 

PS--Alguma interessada pode deixar o contacto na minha caixa de comentários !

2 comentários:

  1. ahahahahahahaha! Ele não é excêntrico! É mas é louco! Avariado! Sem pelo menos o parafuso central! O que eu me ri com esta história! "Sou o Satanás! Então não me conhece?!" ahahahaha! Ele foi mas é esperto! :))))

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