Fernando Martins faleceu hoje aos 95 anos de idade. O 27º presidente do SL Benfica foi um homem controverso e eu, como jornalista e na altura chefe de Redacção do Jornal "Record", mantive com ele uma relação profissional difícil. Ele teve dois méritos inegáveis e que ficarão para a história do clube da Luz: a contratação do então jovem treinador sueco Sven-Goran Eriksson (dois títulos de campeão nacional, uma Taça de Portugal ganha em condições adversas no Estádio das Antas -- 1-0 com golo de Carlos Manuel -- e a presença na final da Taça UEFA, em 1983, ante a excelente equipa do Anderlecht) e o fecho do 3º anel do Estádio da Luz, que elevou a capacidade de lotação para os 120.000 lugares, tornando-o no maior estádio da Europa.
Mas também teve os seus momentos maus, como, por exemplo, a experiência com o técnico alemão Pal Csernai, que era uma autêntica besta como pessoa, ou ainda as várias vezes em que proibiu a entrada de jornalistas, nomeadamente do "meu" jornal, no Estádio da Luz por não saber conviver com a crítica.
Numa das eleições a que concorreu, mandou-me um recado para eu só publicar no dia do referendo apenas a entrevista com ele e não dar uma linha sequer ao outro candidato. Respondi-lhe redondamente que não e nunca mais me dirigiu palavra.
Uma cena caricata, à qual assisti, aconteceu na primeira-mão da final da Taça UEFA, em Bruxelas, quando na apresentação das equipas antes do jogo Fernando Martins cometeu a "gaffe" protocolar de entrar no relvado antes do Rei da Bélgica e os seguranças o puxarem para trás pelos colarinhos...
Muito mais histórias, boas e más, teria para contar acerca de Fernando Martins. No entanto, nesta hora que não esquece ninguém, desejo-lhe que descanse em Paz e as minhas sinceras condolências à sua Família.
Santos Costa
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