Tomei contacto pela primeira vez com uma MADSEN na Escola Prática de Cavalaria, nos anos 70, em Santarém. Era uma metralhadora ligeira interessante mas um bocado complicada no manuseamento. A MADSEN começou a ser fabricada na Dinamarca, em 1903, por iniciativa e engenho do capitão de artilharia que lhe deu o nome. Surgiu no Exército Português em 1930 e mais tarde um segundo lote, em 1941. Ainda as apanhei a funcionar perfeitamente como armas de Cavalaria, instaladas em veículos blindados ligeiros Daimler ou defensivas em "ninhos" junto a posições estratégicas.
Era certeira a 400 metros, possuía um recuo longo que lhe proporcionava um "cantar" poderoso e assustador para o inimigo e era municiada por um carregador curvo instalado no alto do mecanismo de disparo ou por fitas de corrimento lateral.
Sempre denotou alguns defeitos de concepção, o que não a tornou muito popular desde o seu nascimento, principalmente quando os noruegueses enfrentaram os invasores alemães, na II Guerra Mundial. A sua estreia em combate aconteceu na Guerra Russo-Japonesa dos anos 90 do século XIX e na I Guerra Mundial foi sobretudo usada pelo Exército Alemão, na versão de calibre 7,92 mm. De realçar a sua versatilidade ao ser produzida para suportar 12 calibres diferentes e foi vendida em 34 países.
O seu problema principal consistia no complexo mecanismo de disparo que encravava a munição com alguma frequência.
A "minha" MADSEN, modelo EM3205 pesava 9 kgs, tinha uma cadência de tiro de 450 balas por minuto e uma velocidade de saída do projéctil de 800 metros por segundo.
Não a usei muitas vezes e francamente não apreciei muito a sua funcionalidade, embora me desse confiança em termos de pontaria. Era certeira e muito bem calibrada.
Segundo consta, a Dinamarca chegou a proibir Portugal de usar a MADSEN na Guerra de África. Mas ninguém ligou nenhuma a essa ameaça...
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